Essa explosão de células que anima
Nosso corpo tão frágil e mesquinho,
Nada possui de nobre que a redima
Da sina de trilhar o seu caminho!
Veio do pó, e dele se aproxima
Cada dia que passa, em torvelinho,
Como o culpado que a justiça intima,
A escalar, passo a passo, o pelourinho!
O espírito somente é que é divino!
De sinfonia humana – é o violino,
O lírio que no pântano descerra!...
Mas, a verdade é força e rompe véus...
Se o corpo é um verme que rasteja a terra,
A alma é um cisne que demanda os céus!
Nosso corpo tão frágil e mesquinho,
Nada possui de nobre que a redima
Da sina de trilhar o seu caminho!
Veio do pó, e dele se aproxima
Cada dia que passa, em torvelinho,
Como o culpado que a justiça intima,
A escalar, passo a passo, o pelourinho!
O espírito somente é que é divino!
De sinfonia humana – é o violino,
O lírio que no pântano descerra!...
Mas, a verdade é força e rompe véus...
Se o corpo é um verme que rasteja a terra,
A alma é um cisne que demanda os céus!
Rubens de Castro
O MONSTRO E A HERA
Habita no meu peito um monstro informe
Que é sedento e feroz como um chacal;
E por mais que o domine e me transforme;
Não consigo extirpar tão grande mal!...
E junto à fera, que enjaulada, dorme,
Sem que ela ao menos pressentisse tal,
Plantei a hera, que mais tarde, enorme,
Há de prender-lhe o corpo com o ramal!
A fera é todo o mal que em nós trazemos...
E a hera é todo o bem que cultivamos
No recesso do ser, e que não vemos!
E a Deus imploro como bom cristão,
Para o monstro do mal morrer nos ramos
Do bem que existe no meu coração
Rubens de Castro
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